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         1111         
Lincoln Road

Um edifício garagem localizado em Miami Beach, Florida projetado pelo renomado escritório suíço Herzog & De Meuron. Desde sua abertura, 2010, desperta curiosidade em quem não conhece e não decepciona quem já teve contato.

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Informações Gerais

Localização: 1111 Lincoln Road, Miami Beach, Florida, EUA
Arquitetos: Escritório Herzog & de Meuron
Área: 2.510m² Terreno do Estacionamento
           22.575m² Área Construída

Ano de Projeto: 2005 - 2008
Ano de Execução: 2008 - 2010

Idealizado desde 2005 por Robert Wennett (dono e investidor), mas começando a execução apenas em 2008, o edifício misto chama atenção não só pelo seu estilo, uma “releitura do modernismo brutalista”, mas também pelo seu uso que, no sentido literal, é bem ordinário, entretanto estabelece de maneira fascinante a forma do estacionamento.

Wennett comprou o antigo edifício da SunTrust Bank de 1968 em 2005, ele queria revitalizar o lado oeste de Lincoln Road e decidido em não demolir o antigo prédio que, para muitos, era só uma lembrança de uma década antiga procurou várias firmas de arquitetura até que enfim fechou com Herzog & De Meuron.

 

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O prédio de escritórios já possuía o edifício garagem, este que viria a ser a chave para o sucesso do projeto. 

Claramente, o projeto foi um sucesso, revitalizou a área, se tornou um marco para a cidade como arquitetura e referência e também uma área comercial para varejo e escritórios de alto nível sócio-econômico.

A cidade como um todo desfruta da construção, seja o transeunte, o lojista, o empresário, o artista e até mesmo os carros.

 

Seu programa consiste de: Estacionamento, Restaurante, Lojas, Escritórios e até mesmo apartamentos residenciais. Dividido em 7 andares, no térreo encontra-se a área comercial que integra com o “calçadão” de Lincoln Road originando uma espécie de galeria muito visitada já que esta área é exclusiva para transeuntes e possui uma alta taxa de circulação.

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O prédio consegue alocar até 300 carros nos seus seguintes 6 andares, estacionar no 1111 tem um propósito maior do que apenas deixar o carro, além de sinônimo de status, a forma como o estacionamento foi projetado sem a necessidade de fechamentos, basicamente só lajes e os pilares, proporcionam visões panorâmicas de uma das áreas mais conceituadas da cidade

Não satisfeito com o térreo, no quinto andar há uma boutique de moda em um cubo de vidro com pé direito duplo.

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Por fim, mas não menos importante, na cobertura há um apartamento de 1700m² projetado exclusivamente para o dono da obra.

Vale lembrar que o sétimo andar pode trocar sua função de estacionamento para ser utilizado para eventos, dos mais variados tipos, como desfile de moda, concessionárias de veículos e restaurantes, entre outros.

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Pelo corte podemos ver a relação entre as escalas do projeto e como as lajes de distribuem ao longo da construção

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A estrutura é toda em concreto armado, mantendo-se fiel ao original da época do edifício. Em uma performance quase que brutalista, não há revestimento sobre o edifício garagem

Além do concreto, há paredes de vidro que delimitam os espaços do térreo e do quinto andar.

 

A beleza da estrutura do 1111 está justamente no seu revestimento aparente, assim como os outros edifícios garagem do país, porém trabalhados em harmonia com os pilares para dar vida a forma que os arquitetos pensaram: Um castelo de cartas.

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A estrutura é toda em concreto armado, mantendo-se fiel ao original da época do edifício. Em uma performance quase que brutalista, não há revestimento sobre o edifício garagem

As lajes e os pilares têm a mesma espessura a olho nu e os dois têm o mesmo acabamento de concreto, fazendo com que pareçam peças intercambiáveis.

 

Todos os detalhes da estrutura foram considerados e as lajes têm bordas inclinadas para proporcionar uma aparência ainda mais fina e leve.

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No castelo de cartas, as cartas entre os andares não são retas, mas apoiam-se umas nas outras com um certo ângulo. Para causar essa sensação de que os pilares do 1111 são como as cartas de um baralho, têm bordas inclinadas e posicionadas com sua grande borda para Alton Road, fazendo parecer que a estrutura pode se colapsar com um empurrão.

Nós, do Pavilhão 105, elegemos esta obra como referência para nosso futuro empreendimento, não somente porque seu uso é parecido com o que vamos trabalhar, mas porque essa mostra que não é necessário “reinventar a roda” para transformar um empreendimento em um sucesso, uma ação ordinária como estacionar ganhou outro significado com o auxílio de mentes criativas que souberam contornar o que antes era um problema e sinônimo de falta de beleza, estacionamentos.

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O escritório Herzog & De Meuron coloca em cheque que a inovação de uma construção não necessariamente vem de sua fundação, no sentido literal da palavra. Manter um edifício “datado” e reescrever seu programa de certa forma chocou à todos, pois prova-se o contrário da visão que muitos têm da arquitetura atual, a originalidade vêm dos dois lados, conceito e desenho.

Exemplos como estes enaltecem ainda mais a importância do papel do arquiteto e urbanista para a cidade e instiga os aspirantes à profissão, como nossa firma, a elevarem o nível de conceito e desenho, sendo assim, capazes de serem a mudança que nós, arquitetos como um todo, queremos mostrar.

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